Thursday, May 6, 2010

Um estudo análogo entre fábrica tradicional e fábrica de software, o que pode ser comparado?

O conceito de Fábrica de Software (FSW) é constantemente distorcido e alvo de críticas, frutos de analogias equivocadas com o processo fabril tradicional de manufaturados. O termo foi empregado pioneiramente, em 1969, pela empresa japonesa Hitachi e só ganhou o mundo na década de 90.

Este trabalho pretende desfazer os mitos em torno desta similaridade, esclarecendo o que deve e o que não deve ser comparado em relação aos dois processos, levando em consideração escolas de administração do passado.

Após esta ruptura de paradigma, pretende-se que o serviço em questão tenha mais aceitação na sociedade, principalmente nos mercados que possuam índices maiores de desaprovação do modelo.

O objetivo deste estudo é esclarecer as relações análogas dos processos de desenvolvimento de software com os processos de produção tradicionais, do ponto de vista administrativo e gerencial, uma vez que esta relação é realizada de maneira equivocada, causando um desgaste da imagem do serviço.


Com a intenção de aumentar a escala produtiva de sistemas e componentes, e também para descentralizar o conhecimento técnico acerca de determinado produto, o mercado de Tecnologia da Informação (TI) absorveu muitos dos conceitos da Administração Científica de Taylor.

Mas até que ponto o mercado acredita que uma FSW pode disparar os indicadores produtivos e funcionar exatamente como uma fábrica comum? Já que a segunda possui processos operacionais e contínuos, e a primeira possui características de projeto com início, meio e fim?

Em seu modelo administrativo científico, Taylor defendeu a Organização Racional do Trabalho, que especifica diretrizes para alcançar os resultados com mais eficiência. A diretriz da Administração Científica de maior inter-relação é a Divisão e Especialização do Trabalho, onde o operário desenvolveria sua parte na área que tivesse maior experiência.

Na tabela 1.1 podemos visualizar algumas diretrizes propostas no Taylorismo e suas relações com um ambiente de Fábrica de Software:

Diretrizes de Taylor

Descrição

Processos de Software e/ou Tecnologias

Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos

Isenção de movimentos inúteis, para que o operário executasse de forma mais simples e rápida a sua função, estabelecendo um tempo médio, a fim de que as atividades fossem feitas em um tempo menor e com qualidade, aumentando a produção de forma eficiente.

Técnicas de reuniões produtivas, técnicas eficientes de levantamento de requisitos, IDE WYSIWYG, Ferramentas de modelagem de classes e dados, entre outros.

Divisão do trabalho e especialização do operário

Cada um se especializaria e desenvolveria as atividades em que mais tivessem aptidões.

Modelagem de Processos, Levantamento de Requisitos, Análise e Projeto, Codificação, Testes, Qualidade, Gestão de Projetos, Implantação, Arquitetura de Software, entre outros.

Desenho de cargos e tarefas

Desenhar cargos é especificar o conteúdo de tarefas de uma função, como executar e as relações com os demais cargos existentes.

“Um papel é uma definição abstrata de um conjunto de atividades executadas e dos respectivos artefatos. Essas atividades são estreitamente relacionadas e combinadas em termos de funcionalidade, e é recomendável que elas sejam executadas pela mesma pessoa.” (RUP, 2001)

Padronização

Aplicação de métodos científicos para obter a uniformidade e reduzir os custos.

Design Partterns, RUP, UML, UP, SCRUM, PMBOK, SWEBOK e CMMI.


O problema está na comparação equivocada, na forma que o serviço é vendido e na expectativa que o cliente cria em torno do serviço.

Não podemos fazer associações diretas entre o modelo tradicional e o modelo de construção de softwares, pois a semelhança está na especialização de tarefas, mapeamento dos cargos e papeis e nas padronizações.

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